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Dr. Daniel Santos, prefeito de Ananindeua, reeleito com convicção, cometeu o mesmo erro da filha do genial Cartola, moça que inspirou uma das mais belas canções da música brasileira. Confundiu ovo cru com gema mole e está embolado em uma situação difícil de sair.
O prefeito rompeu com o mais forte grupo político da história do Pará por achar que ele devia ser o sucessor natural ao governo do estado. Deu de ombros para os conselhos que lhe foram dados e se sentiu poderoso o suficiente para seguir carreira solo. Está sentindo na pele o preço de não ouvir os conselhos certos.
Dr. Daniel não tem condições de ser eleito governador. Não possui grupo. Não tem lideranças, não tem trabalhos prestados para além das fronteiras de Ananindeua, não tem bagagem política para uma cruzada contra o MDB. São mais de 130 prefeitos ao lado do atual governo.
Prova da força do atual governo é que, em todos os levantamentos, Daniel aparece atrás de Hana Ghassan, pré-candidata da situação. Sem a vice-governador fazer campanha, diga-se de passagem.
O Pará, e a política, são um moinho, dr. Como vencer uma eleição sem apoio? Não bastam os megafones das redes sociais, como o senhor bem sabe. Não basta o brado oposicionista com resquícios de bolsonarismo para vencer. É preciso musculatura política, estratégia e paciência – que o senhor não teve.
Ainda era muito cedo, doutor. O senhor mal havia começado a conhecer a política, nem sabia ao certo o rumo que ia tomar e se precipitou.
Sabemos que o senhor está resolvido, mas em cada município cai um pouco a sua reputação política. E o pior de tudo: se recuar, disser que continua prefeito, perderá respeito.
O Pará – e o mundo da política – são um moinho, doutor. Vão triturar os seus sonhos mesquinhos e reduzir as suas ilusões a pó. Doutor, de cada liderança, herdarás somente o cinismo e quando notares, estarás à beira de um abismo – que cavaste com os seus pés.
Faltando um ano para as eleições, a grande verdade é que o mundo judia, tritura, massacra às vezes, mas também ensina. A derrota seja, talvez, a chance pedagógica da vida do prefeito.