Emater incentiva produção de cacau em Itaituba

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Em Itaituba, na Região de Integração do Tapajós, com o acompanhamento do Escritório Local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), o agricultor João Rufino, de 54 anos, está se preparando para plantar quatro mil pés de cacau em quatro hectares, dentro do Recanto Roma, às margens do rio Mamuru, na comunidade Nova Fronteira, no Ramal do Degredo, a partir do km 25 da Estrada do Farturão.

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O objetivo é principalmente auferir renda. "Pela minha contabilidade aqui, o cacau é uma proposta demais lucrativa e, o mais importante, sustentável, no sentido de meio ambiente. Na consideração da realidade da agricultura familiar do nosso município, eu digo que cacau é muito mais vantagem do que pecuária, porque a mesma produtividade com o cacau demanda bem menos área e representa muito menos risco predatório aos ecossistemas”, diz o presidente da Associação de Produtores Rurais Comunidade Nova Fronteira.

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Além do cacau, Rufino já trabalha com a efetivação de três mil pés de urucum, para fabricação de colorau, e 700 pés de pimenta-do-reino. A família também tem tradição com a venda da banana “chifrun” frita e doce de buriti.

De acordo com o supervisor regional da Emater no Tapajós, o engenheiro agrônomo Ubiratan Pina, especialista em Engenharia Ambiental, a diversificação de atividades nas propriedades da agricultura familiar é uma das estratégias de atendimento por parte da Emater em Itaituba: “É um entendimento de dinamização do setor agrícola, com resultados de geração de trabalho e renda, segurança alimentar e nutricional e movimentação socioeconômica com retorno direto e indireto para as famílias rurais”, explica.

As produções que mais se destacam são horticultura, como cheiro-verde e couve; fruticultura, a exemplo de banana e laranja, e pecuária de corte.

Capacitação -João Rufino e mais 19 agricultores participaram, nesta terça-feira (21), de uma oficina sobre poda de cacau, evento organizado pelos escritórios local e regional da Emater, com o apoio da prefeitura, e ministrado pelo técnico em agropecuária Edimilson Pereira, chefe do Escritório Local da Emater em Placas.

A capacitação, no Sítio Guajará, do agricultor Waldecir Barbosa, na comunidade Bom Jesus do Guajará, atualizou, em caráter científico, as teorias e práticas quanto ao plantio de cacau. “Existem vários tipos de poda: poda de formação, poda de compulsão, limpeza e rebaixamento. Todas essas podas são essenciais ao cacau, desde a formação, para se estruturar a planta. Você consegue fazer a planta ficar da forma que você quer, da forma que é necessária, até a poda de condução, que é conduzir a altura, espaço, e tem a poda de produção: a poda de produção todo ano deve ser feita - seja ela mais drástica, seja ela mais suave. Sem poda, a produção de cacau é baixa. A poda incentiva a planta a produzir e a reproduzir, pelo mecanismo de estresse”, resume Pereira.

Para João Rufino, todo novo conhecimento é válido. “A gente viu, falou e ouviu tudo de cacau: como plantar, como podar, como clonar. O cacau é uma ferramenta de dignidade, sabe? Se é um serviço que gera lucro, não deixa a gente sair da roça, e a vida no interior é outra qualidade: vida tranquila, saudável, perto e junto da natureza. Todo mundo sai ganhando”, relata.

Texto: Aline Miranda (Emater)

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