A venezuelana María Corina Machado, recém-premiada com o Nobel da Paz de 2025, voltou a desafiar o governo de Nicolás Maduro. Em entrevista à âncora Christiane Amanpour, da CNN, Machado pediu ajuda direta ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump: “[Maduro] iniciou essa guerra e precisamos da ajuda do presidente dos Estados Unidos para parar essa guerra, porque isso envolve vidas humanas”, declarou a opositora durante a conversa exibida nesta última quarta-feira (15/10).
Segundo María Corina, o confronto teve início após as eleições de 2024, quando o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela anunciou a vitória de Maduro, com 51,2% dos votos, sobre o opositor Edmundo González, que obteve 44,2%, segundo os números oficiais. A líder da oposição, porém, insiste que González venceu por larga margem e que o regime chavista manipulou o resultado.
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Abrir em tela cheiaA opositora diz ter sido impedida de participar das eleições, mesmo após vencer as primárias da oposição com mais de 90% dos votos. “No caso de Maduro e sua estrutura criminosa narcoterrorista, os recursos que ele recebe vem do tráfico de drogas, tráfico de ouro, tráfico de armas, até tráfico humano. E precisamos cortar esses fluxos, porque é isso que o regime usa para repressão e também para expandir suas atividades criminosas, e é isso que está acontecendo agora”, afirmou a Nobel da Paz.
Machado foi além e acusou Maduro de chefiar uma estrutura criminosa internacional, sustentada por atividades ilícitas. “Para que todos saibam, a Venezuela é hoje o principal canal de cocaína, e esse negócio é comandado por Maduro do [Palácio de] Miraflores”, disse.
María Corina dedicou o prêmio Nobel ao ex-presidente Donald Trump, justificando o gesto como um reconhecimento à “liderança para lidar com a situação trágica na Venezuela”. Para ela, a interferência dos Estados Unidos seria essencial para “transformar a Venezuela de um centro criminoso para um centro de energia, que traz prosperidade e segurança ao nosso povo e ao mundo”.
As declarações provocaram reações opostas: enquanto apoiadores de Corina aplaudem sua coragem, setores progressistas e aliados de Maduro a acusam de usar o Nobel como plataforma política para defender intervenções externas.