A reportagem do Portal LeoDias esteve no CT da Barra Funda nesta terça-feira (15/10) e acompanhou a entrevista coletiva de Julio Casares, presidente do São Paulo. O dirigente disse aceitar as manifestações pacíficas, revelou que o novo balancete trará uma redução de R$ 57 milhões na dívida do clube, descartou a criação de uma SAF e garantiu que o São Paulo “está no caminho certo”.
Casares abriu a entrevista destacando o retorno da imprensa ao CT e prometendo mais aparições públicas para prestar contas. Disse que refletiu sobre a importância da transparência, especialmente após cobrar o mesmo comportamento da CBF.
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“Na vida a gente tem de fazer alguns ajustes de rota e quando questionei e trabalhei junto ao presidente da CBF sobre transparência, tive de olhar a mim também, ao clube e já havia discutido isso internamente de ao menos em algum período de uma semana, 15 dias, vir aqui atendê-los. Fiz uma reflexão sobre o tema, se a gente busca transparência, tenho de olhar para minha pessoa”, declarou.
O presidente procurou destacar boas notícias ao torcedor, especialmente no campo financeiro. Segundo ele, a dívida, que atingiu R$ 968,2 milhões em agosto, será apresentada com uma redução de R$ 57 milhões e superávit de R$ 20 milhões.
“Agora fizemos a opção de buscar o equilíbrio financeiro. A notícia de que estamos no caminho certo é o relatório financeiro de janeiro a setembro que ainda não divulgamos, no qual a dívida reduziu em R$ 57 milhões, com um superávit em 20 milhões. Vai ser como (um relatório) de saúde, divulgado amanhã ou depois”, afirmou.
Casares também exaltou o desempenho esportivo do clube nos últimos anos e o custo de se manter competitivo.
“Quando assumi tínhamos de reconectar o torcedor com as vitórias, o MorumBis voltou a receber público, bater recordes, tinha um tabu na casa do arquirrival (Corinthians), e a gente quebrou, assim como outros contra Fortaleza, Atlético-MG… isso conta o crescimento da dívida, foi o custo de ser competitivo, mais investimentos. E ganhamos três títulos, dois contra Palmeiras (Supercopa e Paulista) e um com o Flamengo (Copa do Brasil), que são os maiores investimentos do País”, contou.
O dirigente reforçou que o clube atravessa uma nova fase, com foco em equilíbrio financeiro e valorização da base.
“Com essa dívida baixando, o viés do superávit demonstra que a segunda parte do mandato, de priorizar revelação da base, e um pilar financeiro de equalização. Já temos bons resultados, reduzir R$ 57 milhões é algo muito importante, as dívidas dos clubes estão subindo e a nossa baixando”, completou.
SAF fora dos planos imediatos
Casares foi enfático ao descartar a transformação do São Paulo em SAF neste momento.
“Quando à SAF, no São Paulo ela não pode ser por vontade única, tem de haver um contexto. É uma celeuma maior, você dá a chave (do clube) para o dono e ele faz o que quiser, e já vi muitas bem ruins aqui no Brasil”, apontou.
O presidente ressaltou o modelo de investimento via FIP, que destina recursos à base sem transferir o controle do clube, e explicou como vê uma eventual SAF no futuro. “Se (os conselheiros) decidirem por uma SAF, não será para dar ao investidor pela dívida, e sim para preparar o clube. Se for essa o caminho, que não é pessoal, que o São Paulo entre na mesa (de negociação) adulto, de forma adulta. Uma coisa é entregar por necessidade, outra é trazer com viés de equilíbrio financeira e baixa de dívida, o que são indicadores positivos”.
As críticas e protestos da torcida, segundo Casares, não o abalam. O dirigente citou o rival Palmeiras como exemplo de que até clubes vencedores enfrentam contestação.
“Todas as equipes das Séries A e B passam por isso, o torcedor tem direito de fazer sua crítica, desde que pacífica e correta. Vejo com tranquilidade, muita gente forte do futebol, ex-jogadores, salvaram clube com SAF e tiveram protesto, faz parte da cultura do futebol e aceito naturalmente”, revelou.
“Todos são torcedores, tenho relação de respeito com o torcedor comum e o organizado, todos vestem nossa camisa e querem vitória. Tenho muito respeito e esse protesto é normal. Vi há pouco tempo um time que está bem colocado e a torcida cantando contra a presidente e o técnico. É ter tranquilidade e aceitar democraticamente, se for assim pacificamente”, declarou.
Eleição em 2026
Casares encerrou dizendo que fez um acordo com os “rivais” da disputa presidencial para que o tema eleição só entre em pauta após o término do Brasileirão. O foco, garantiu, é garantir o São Paulo na Libertadores de 2026.
“O foco agora é o Brasileirão e a vaga na Libertadores. Fizemos um pacto para que o assunto só seja discutido após o fim da temporada. As chapas serão inscritas em março de 2026 e o pleito ocorre em junho”, finalizou.
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