Perito criminal Eduardo Llanos analisou as cenas de “Vale Tudo” e aplicou técnicas reais de investigação para tentar descobrir quem matou Odete Roitman (Débora Bloch). O especialista apontou possíveis suspeitos e falhas na representação do crime.
A pergunta que não quer calar: quem matou Odete Roitman (Debora Bloch)? O perito criminal Eduardo Llanos revisitou as cenas de “Vale Tudo” e aplicou técnicas reais de investigação para tentar desvendar o mistério. Com mais de três décadas de experiência na área e à frente da SECRIM, Sewell Criminalística, ele elaborou hipóteses sobre o autor do disparo que tirou a vida da vilã.
“Se nós analisarmos a trajetória balística, eu arrisco a falar que foi alguém de baixa estatura ou que se encontrava sentado em uma cadeira, ou mesmo em uma cadeira de rodas”, afirmou Llanos, ao Splash UOL.
Com base nesse raciocínio, o especialista acredita que Leonardo (Guilherme Magon) surge como o principal suspeito. Segundo ele, o autor do tiro estava sentado no momento em que cometeu o crime, o que coloca o personagem, que é cadeirante, entre os possíveis responsáveis pelo assassinato.

Entre os cinco nomes listados pela autora Manuela Dias, Maria de Fátima (Bella Campos) também é apontada por Llanos como uma das principais suspeitas. A análise feita pelo perito considera a empunhadura da arma, a trajetória balística e até a marca deixada na parede. O conjunto de elementos indica que o assassino não seria uma pessoa alta. A personagem de Bella mede cerca de 1,62 m, quase a mesma altura da dona da TCA, de 1,64 m.
Já Marco Aurélio (Alexandre Nero) e César (Cauã Reymond) aparecem entre os mais altos do grupo, com 1,80 m e 1,82 m, respectivamente. Celina (Malu Galli) tem 1,73 m e Heleninha (Paolla Oliveira) chega a 1,70 m.
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Embora uma pessoa alta pudesse disparar de baixo para cima, como mostra a reconstituição feita pelo perito, isso contrariaria a cena do assassinato da empresária, que sugere uma empunhadura perfeita.

Durante a simulação, Llanos também observou duas falhas graves nas cenas. A primeira é o descuido dos personagens com as impressões digitais. Segundo ele, ninguém tentou disfarçar a presença no quarto da vilã, o que, em uma investigação real, poderia resultar na acusação injusta de inocentes por deixarem material biológico no local.
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A segunda inconsistência envolve o uso das câmeras de segurança. Llanos relembrou que, normalmente, esses equipamentos registram horários nas imagens, o que facilita a reconstrução da cronologia dos fatos: “Se a primeira pessoa entrou para matar e foi embora sem executar, não existe lógica. Ou seja, precisa ser a primeira pessoa que entrou no local. Vai depender muito da escritora, tudo pode acontecer. Mas, na cabeça de um perito, isso é totalmente divergente”.

Apesar das hipóteses sobre os personagens, Llanos não descarta uma virada surpreendente. Segundo ele, há indícios de que a própria Odete possa ter simulado sua morte. “Ela pode ter subornado autoridades e simplesmente sumido porque estava sendo ameaçada por muita gente. É o que eu faria”, analisou, ao destacar que o ferimento mostrado na trama não necessariamente seria fatal.
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Por fim, o perito reforçou que a representação da cena no folhetim se distancia da realidade. “São muitas divergências em relação a uma cena de crime real. Acredito que todo trabalho televisivo tem que ser estudado ou ter acompanhamento de uma pessoa que realmente trabalha na área da perícia para não cometer tantos erros”, concluiu. O público só descobrirá quem matou a ricaça no último capítulo, que vai ao ar nesta sexta-feira (17).
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