O youtuber João Paulo Manoel, conhecido como Capitão Hunter, foi preso em Santo André, no ABC paulista. Ele é investigado por suspeita de exploração sexual de crianças, estupro de vulnerável e produção de material pornográfico com adolescente.
Nesta quarta-feira (22), o youtuber João Paulo Manoel, conhecido como Capitão Hunter, foi preso em Santo André, no Grande ABC. Segundo informações do g1, o homem de 45 anos é suspeito de exploração sexual de menores, estupro de vulnerável, e produção de pornografia com adolescentes.
A operação contou com agentes da Polícia Civil de São Paulo e do Rio de Janeiro e faz parte de um inquérito instaurado na Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav) carioca. A prisão temporária foi decretada pelo juiz da Vara especializada em crimes contra a criança e adolescente do RJ.
João Paulo, conhecido pela produção de conteúdo sobre personagens da série “Pokémon”, bem como produtos relacionados a ela, tem mais de 1 milhão de seguidores nas redes. Ele é acusado de exibir suas partes íntimas para dois menores nas redes sociais, além de exigir que essas crianças também mostrassem seus corpos.
As vítimas são uma menina de 13 e um menino de 11 anos, que João Paulo conheceu em eventos de fãs de Pokémon. O primeiro encontro com a adolescente aconteceu em um evento no Norte Shopping, no Rio. Após o primeiro encontro no Rio, João Paulo Manoel e a vítima só tiveram mais um contato ao vivo, em São Paulo, também num evento sobre o desenho.
A partir daí, o youtuber teria mantido contato pelas redes sociais, por aplicativos como Discord e WhatsApp. Ele teria prometido aos pais da garota que acompanharia e apoiaria a trajetória dela no jogo de Pokémon.
Durante as interações, de acordo com a reportagem, João passou a pedir conteúdos de cunho sexual, como fotos íntimas, que ele também a enviava. Em depoimento à Polícia Civil, a menina disse que João Paulo chegou a fazer videochamadas com ela, nas quais exibiu o pênis e pediu para que ela lhe mostrasse alguma parte íntima.
Uma mensagem do youtuber à vítima, interceptada pela polícia, dizia o seguinte: “Amigos fazem isso, mostram a bunda um para o outro, isso são coisas de amigos e você é minha melhor amiga”.
Em troca do material, o influencer supostamente oferecia produtos da franquia Pokémon, como cards colecionáveis e bichos de pelúcia. O abuso sexual teria acontecido diversas vezes ao longo deste ano. Ainda segundo a investigação, o influencer chegou a enviar fotos do próprio pênis em duas ocasiões pelo WhatsApp e outras duas vezes pelo Discord.
Além da prisão, a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao influencer, todos situados em Santo André. Por ordem da Justiça do Rio, todos os computadores e celulares em posse do youtuber foram encaminhados para a perícia. O juiz também autorizou a quebra do sigilo.

Continua depois da Publicidade
Inquérito
Documentos obtidos pelo g1 apontam que João Paulo foi descrito no inquérito como “um abusador com elevado grau de periculosidade“. A investigação também descreve o “modus operandi” do youtuber, que usava “perfis mentirosos” para atrair crianças e adolescentes, ganhando a confiança dos vulneráveis e passando a “assediá-las e coagi-las à prática de atos libidinosos“.
“O agente se manifesta como influente digitalmente por canais em que se comunica com incontável número de crianças e adolescentes em razão de atividades com o desenho ‘Pokémon’. Seu estado de liberdade coloca em risco diversas crianças, tendo em vista que a forma de manifestação deste indica que esta prática é recorrente”, declarou a delegada responsável pelo caso.
A TV Globo entrou em contato com a defesa de João Paulo, mas não teve retorno.
Siga a Hugo Gloss no Google News e acompanhe nossos destaques