Arquitetura ‘Raio-que-o-Parta’ é reconhecida como Patrimônio Cultural de Belém

há 5 dias 9
Anuncio Só MP3 Top

A Câmara Municipal de Belém aprovou, por unanimidade, o projeto de lei que reconhece o estilo arquitetônico conhecido como “Raio-que-o-Parta” como Patrimônio Cultural de Belém. A proposta, de autoria da vereadora Marinor Brito (PSOL), busca garantir a preservação desse símbolo da cultura popular, marcado pelo uso de cacos de azulejos coloridos nas fachadas das casas — uma forma criativa e artesanal de expressão estética que nasceu nas periferias da cidade.

O “Raio-que-o-Parta” surgiu entre as décadas de 1940 e 1960, principalmente nos bairros do Guamá, Jurunas e Terra Firme, como uma manifestação de engenhosidade das classes trabalhadoras de Belém. Com materiais reaproveitados, moradores criavam mosaicos vibrantes e únicos, transformando as fachadas em verdadeiras obras de arte urbana. O nome curioso teria surgido da reação popular de espanto diante das combinações ousadas de cores e formas.

Mais do que uma estética, o estilo representa resistência cultural, orgulho e identidade popular. As fachadas decoradas com fragmentos de azulejos coloridos contam histórias de famílias que, com poucos recursos, encontraram maneiras de embelezar e afirmar seus lares, reinventando o espaço urbano com criatividade e humor.

Com o novo reconhecimento, o “Raio-que-o-Parta” passa a integrar oficialmente o conjunto de bens culturais protegidos do município, podendo receber ações de preservação e mapeamento por parte do poder público. A lei também orienta que reformas e intervenções em imóveis com esse tipo de fachada respeitem suas características originais, evitando descaracterizações.

“Essa é uma vitória simbólica da cultura popular de Belém. O Raio-que-o-Parta traduz o talento, a alegria e a resistência do nosso povo. Agora, reconhecido como patrimônio, ele passa a ter a proteção que merece”, destacou a vereadora Marinor Brito.

O reconhecimento fortalece a valorização da arquitetura vernacular da capital paraense e reforça a importância de preservar manifestações culturais urbanas que, ao longo das décadas, ajudaram a moldar o visual e a alma de Belém.

Ler artigo completo