Exclusivo! Jeremy Allen White, astro de filme sobre Bruce Springsteen, revela 1º encontro surpreendente com cantor; assista Exclusivo! Jeremy Allen White, astro de filme sobre Bruce Springsteen, revela 1º encontro surpreendente com cantor; assista

há 1 dia 3
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Jeremy Allen White conversa com Izabella Arouca, do hugogloss.com, em Nova Jersey, sobre o papel de Bruce Springsteen em "Springsteen: Salve-me do Desconhecido". O ator revela como o encontro com o músico inspirou sua performance e fala sobre os bastidores da cinebiografia.

Bruce Springsteen vivia o auge de sua ascensão na indústria musical em 1982, quando surpreendeu o mundo com “Nebraska”. O álbum experimental, que em parte dramatiza os crimes do assassino em série Charles Starkweather e, em outra, mergulha em temas como trauma, inadequação, ansiedade e o sentimento de estar perdido em meio ao próprio sucesso, pegou fãs, crítica e indústria de surpresa. Ainda assim, tornou-se um sucesso de vendas, mesmo sem turnê, sem divulgação e sem sequer trazer a imagem imponente do “Boss” na capa.

Gravado em casa com um simples gravador de fita cassete, “Nebraska” soa cru, assombrado e profundamente introspectivo. Cada faixa expõe a luta interna de Springsteen para se reencontrar — entre o artista sob os holofotes e o garoto de Nova Jersey que um dia sonhou com os palcos. É justamente esse período turbulento que serve de base para “Springsteen: Salve-me do Desconhecido”, nova cinebiografia sobre o ícone do rock.

Em setembro, Izabella Arouca, da equipe do hugogloss.com, foi até Nova Jersey para conversar com Jeremy Allen White — o ator que encarou o grande desafio de dar vida ao lendário músico, dono de uma vez inesquecível e de hits como “Born to Run”,” Born in the U.S.A.”, “I’m On Fire”, “Secret Garden” e “Glory Days”.

Jeremy, aliás, não é estranho à persona do “gênio torturado”: ao longo da carreira, ele interpretou personagens assombrados, cujos processos criativos estão intimamente ligados à dor. Um dos exemplos mais marcantes é Carmy, de “The Bear“. Agora, ele encara Bruce — uma figura real, símbolo de energia no palco, mas que no longa surge quase como a desconstrução de um ídolo.

Figura constante na juventude de Allen White, o ator revelou: “Não me lembro de um tempo em que eu não soubesse o nome dele, sua silhueta, seu rosto ou suas músicas no rádio. Eu tenho uma imagem do Bruce desde que me entendo por gente”.

Contudo, conhecer o ídolo dos palcos e o homem por trás da cortina são coisas diferentes. Segundo Jeremy, a conexão real aconteceu durante uma conversa com o próprio Springsteen, nos bastidores de um show em Wembley.

O encontro foi a “porta de entrada” para que Jeremy compreendesse a história que Bruce desejava contar. “Fui convidado para assistir a um show em Wembley e acompanhar o ensaio de som. Eu estava sozinho na plateia, observando o Bruce no palco. De repente, ele parou, me viu e me chamou pra subir. Nossa primeira interação foi bem no centro do palco do Wembley Stadium. Nos conectamos imediatamente”, lembrou.

Jeremy Allen White revela encontro marcante com Bruce Springsteen e bastidores intensos de nova cinebiografia. (Foto: Hugo Gloss)

Allen White continuou: “Depois, fui até o camarim dele e pude perguntar por que aquela história, por que aquele momento. Ele foi muito honesto e aberto sobre o que viveu naquele período — e em geral. Foi muito generoso durante todo o processo. Perguntei a ele: ‘Você embarca nessa jornada com seu amigo Matt D’Elia, fugindo pra Califórnia, achando que talvez consiga escapar um pouco de si mesmo e resolver seus problemas. Queria te perguntar sobre a feira e aquela sensação de pânico, o que era aquilo?’. Bruce respondeu: ‘Sabe, eu sentia que era um observador da minha própria vida. Como se estivesse do lado de fora, olhando pra dentro'”.

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O ator menciona uma das passagens mais fortes do filme, na qual Springsteen deixa Jersey rumo à Califórnia. Durante a viagem, uma parada em uma feira local se transforma em um episódio de ansiedade e pânico, reflexo do estado emocional do cantor e prenúncio da depressão que o marcaria naquele período.

Foi justamente esse sentimento que permitiu que Jeremy se encontrasse no personagem: “Isso foi assustador e era um sentimento que eu conhecia bem. Mesmo naquela época, há dois anos, era algo com que eu também lidava. Foi quando pensei: ‘Talvez minha visão dessa história e desse homem… talvez eu tenha algo a acrescentar aqui. Talvez haja algo no meu repertório que tenha valor’. Isso virou uma espécie de elo que nos conectou — um que ele ainda não sabia que existia, mas que eu percebia. Foi a minha porta de entrada”.

Jeremy Allen White e Bruce Springsteen em Londres. (Foto: Gareth Cattermole/Getty)

Apesar da conexão profunda entre ator e cantor, Jeremy confessou que não ficou imune às pressões externas. O apelo para viver o “gênio torturado” foi justamente sua humanidade: “Eu não chamaria o Bruce de solitário, mas esse foi um período solitário na vida dele. E acho que muitos dos outros personagens que interpretei também são assim. Eles têm sua arte, algo pelo qual são profundamente apaixonados, são focados e presentes, mas, fora disso, enfrentam dificuldades”.

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“Sempre achei essas histórias muito cativantes. Acho que alguns dos melhores filmes e obras de arte falam sobre pertencimento — ou sobre a sensação de não pertencer. Sobre família e o ato de encontrar uma família, seja de sangue ou não. Essas histórias sempre me interessaram, histórias sobre pertencimento e propósito. Acho que isso é algo humano, universal, algo com que todo mundo se conecta”, continuou.

Jeremy Allen White e Bruce Springsteen no set de “Deliver Me From Nowhere” em novembro de 2024. (Foto: Getty)

Ainda assim, justamente por contar uma história que contrasta com a grandeza artística de Springsteen — o longa mal mostra o “Boss” em seu habitat natural, o palco —, o ator sentiu a pressão dos fãs, que talvez não quisessem ver seu herói como imperfeito ou frágil.

“Sim, no começo, com certeza. Eu sei o quanto o Bruce é amado, e fiquei nervoso por interpretar alguém tão conhecido. A relação dele com o público e os fãs é muito pura, íntima e pessoal, e eu não queria interferir nisso”, observou.

Mas o apoio de Bruce, que escolheu o astro a dedo para interpretá-lo nas telonas, foi o empurrão necessário para que ele se jogasse de cabeça no projeto: “Mas era muito importante para o próprio Bruce e, em mérito dele, mostrar essa versão de si mesmo. Ele escolheu esse período e essa história por um motivo. Isso exigiu muita coragem, e me deu confiança saber que ele apoiava o projeto… e a mim, de certa forma”.

Com direção de Scott Cooper e estrelado por Jeremy Allen White e Jeremy Strong, “Springsteen: Salve-me do Desconhecido” estreia nos cinemas do Brasil em 30 de outubro. O papo completo, você confere abaixo:

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