Opinião: Globo perde a mão e vira piada ao tirar sarro da concorrência no UpFront 2026

há 1 semana 23
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O Upfront da Globo, evento tradicionalmente voltado ao mercado publicitário, virou palco de um constrangimento público nesta segunda-feira (13). Em vez de apenas apresentar suas novidades para 2026, a emissora resolveu provocar diretamente seus concorrentes – e colheu um retorno imediato e negativo nas redes.

O ator Eduardo Sterblitch zombou da novela “Beleza Fatal”, da HBO Max, chamando a vilã Lola de “Bebel da 25 de Março” — uma comparação pejorativa com a icônica personagem vivida por Camila Pitanga em “Paraíso Tropical”. Na sequência, Renata Vanzetto, jurada do reality “Chefe de Alto Nível”, afirmou que um episódio do programa teve mais audiência do que todas as temporadas do “MasterChef” somadas. O tom foi claro: deboche. Mas o efeito foi o oposto do desejado.

Em vez de mostrar força, a Globo escancarou incômodo. As piadas passaram a sensação de recalque disfarçado de superioridade. E isso não passou batido: em minutos, usuários nas redes sociais reagiram com críticas duras. A impressão geral? Que a líder de audiência resolveu “bater para baixo” — algo que sempre soa pequeno vindo de quem, historicamente, não precisava provar nada a ninguém.

“Só joga shade quem se sente incomodado”, sintetizou um usuário no X (antigo Twitter), ecoando o sentimento de milhares. Outro apontou que “Beleza Fatal”, mesmo sem a força de transmissão aberta da Globo, foi mais comentada, viral e relevante do que qualquer novela da emissora neste ano. O incômodo ficou explícito.

Mais do que isso: o momento escancarou um certo desespero por validação. Ao comparar números de audiência e tentar desqualificar o sucesso alheio, a Globo mostrou que perdeu a mão em sua comunicação. Pior: mostrou que sente a concorrência como ameaça real.

No caso do “MasterChef”, o ataque de Vanzetto soou ainda mais gratuito. O reality da Band pode não ter o mesmo alcance da Globo, mas é um formato consolidado, com legado e impacto cultural. Reduzi-lo a números — e ainda com uma comparação inflada e descontextualizada — só reforçou o ranço. A fala foi vista como deselegante, arrogante e desnecessária. Inclusive por fãs da própria Globo.

Essa postura seria mais compreensível se partisse de uma emissora em busca de espaço. Mas vindo da Globo, com sua estrutura, alcance e influência, soa fora de tom. Revela insegurança, quando o esperado seria confiança.

O episódio levanta uma pergunta importante: por que a Globo está se rebaixando a esse nível?

Ao atacar “Beleza Fatal”, a emissora deu holofote à produção da concorrência — que já era um fenômeno de engajamento, com cenas viralizadas, memes e um fandom barulhento. Ao cutucar o “MasterChef”, apenas reacendeu a admiração de muitos pelo formato. No fim, o tom de superioridade se virou contra ela.

Em um momento em que a televisão aberta disputa atenção com o streaming e as redes, o que conta não é só audiência bruta — mas relevância, engajamento e conexão com o público. E, neste caso, a Globo mostrou que ainda está aprendendo a lidar com a nova ordem midiática. Só que com uma arrogância que, para muita gente, já passou do prazo de validade.

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