Poço de 300 anos é descoberto durante restauração do Complexo dos Mercedários, em Belém

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Durante as obras de restauração do Complexo dos Mercedários, no centro histórico de Belém, arqueólogos encontraram um poço com cerca de 300 anos no pátio interno do edifício. A estrutura, que até então só era mencionada em uma planta do século XVIII, representa um achado de grande valor histórico e cultural, conectando a capital paraense ao seu passado colonial.

O Conjunto dos Mercedários — que já abrigou alfândega e delegacia — passa por um processo de requalificação conduzido pela Universidade Federal do Pará (UFPA). A iniciativa transforma o espaço em um complexo acadêmico e cultural, integrando-o ao coração histórico e comercial da cidade. Atualmente, já funcionam no local a Faculdade de Conservação e Restauro (Facore) — o primeiro curso do tipo na Amazônia Legal —, o Programa de Pós-Graduação em Ciências do Patrimônio Cultural (PPGPatri) e o Laboratório de Conservação, Restauro e Reabilitação (Lacore).

Com investimentos superiores a R$ 49 milhões, viabilizados por contrapartidas da UFPA, financiamento do BNDES e patrocínio da Vale, a obra se insere no programa nacional “Resgatando a História”, que apoia a recuperação de patrimônios materiais e imateriais em todo o Brasil. O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destaca que o projeto “reconecta Belém com sua memória histórica, promove o turismo e fortalece a economia criativa”. Durante a COP30, o espaço abrigará a Casa BNDES, com exposições sobre biodiversidade e cultura amazônica.

Além do ensino e da pesquisa, o complexo ganhará novos espaços culturais e científicos, como a Galeria de Arte da UFPA (GAU), a livraria da Editora UFPA, um auditório com 175 lugares e o Museu de Ciências do Patrimônio Cultural, que exibirá achados arqueológicos revelados ao longo do restauro — incluindo o poço recentemente descoberto.

O reitor da UFPA, Gilmar Pereira da Silva, considera o projeto “uma das maiores intervenções restaurativas já realizadas pela universidade”. Segundo ele, cada etapa reafirma a missão de “preservar o patrimônio amazônico e construir um futuro que valoriza a memória e a identidade da região”.

A conclusão total do restauro está prevista para 2027, transformando o Complexo dos Mercedários em um dos principais centros de ciência, cultura e memória da Amazônia e deixando um legado histórico duradouro para a cidade que sediará a COP30.

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