A polícia de Paris investiga o roubo milionário no Museu do Louvre, que deixou prejuízo de €88 milhões. As autoridades acreditam que o crime foi cometido por uma quadrilha profissional com informações internas. A Galeria Apolo segue interditada. Veja os detalhes do caso.
A polícia de Paris suspeita de que o roubo no Museu do Louvre, neste domingo (19), tenha sido realizado por uma quadrilha profissional a serviço de um colecionador. O ataque durou cerca de sete minutos e deixou um prejuízo estimado em 88 milhões de euros (cerca de R$ 550 milhões). Segundo a promotora Laure Beccuau, responsável pela investigação, os ladrões podem ter recebido informações privilegiadas sobre a estrutura de segurança do museu.
De acordo com Beccuau, o grupo utilizou uma escada mecânica acoplada a um caminhão para acessar o segundo andar do edifício e entrou pela Galeria Apolo, onde estavam expostas joias da coroa francesa. “Estamos analisando a hipótese de crime organizado”, disse a promotora à emissora BFM TV, acrescentando que há indícios de que os criminosos “podem ter sido profissionais operando sob encomenda para um comprador”. Entre as peças levadas, estão uma tiara e um colar usados pelas rainhas Maria Amélia e Hortênsia, além de um diadema com 24 safiras do Ceilão e 1.083 diamantes.
A ação foi descrita como uma das mais ousadas da história recente de assaltos a museus. “Esta quantia é de fato espetacular, mas devemos lembrar que esse dano é econômico. Não tem nada de paralelo ou comparável ao dano histórico causado por esse roubo”, declarou à rádio RTL. A promotora também alertou que, caso os criminosos desmontem as joias para vender pedras e metais separadamente, jamais alcançarão o valor original. “Talvez possamos esperar que eles pensem sobre isso e não destruam as joias”, afirmou.
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Segundo a investigação, o grupo deixou para trás uma garrafa com líquido e outros equipamentos que agora passam por perícia. Um dos nove objetos visados — a coroa da imperatriz Eugênia, esposa de Napoleão III — não chegou a ser levado.
Veja fotos dos itens roubados:
Cerca de 100 investigadores trabalham no caso, que mobiliza a polícia francesa e o Ministério da Cultura. O ex-ladrão de joias Larry Lawton, que auxilia autoridades em casos do tipo, afirmou à Fox News que o ataque “tinha que ser um trabalho interno” ou fruto de “informações privilegiadas”. “Como eles sabiam a espessura do vidro e se havia um alarme ali?”, questionou.
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O assalto também reacendeu o debate sobre a vulnerabilidade dos museus franceses. Segundo relatório do Tribunal de Contas, 75% das salas da ala Richelieu e 60% da ala Sully não possuem câmeras de vigilância. Além disso, o Louvre perdeu 200 agentes de segurança nos últimos 15 anos, mesmo com um aumento de 50% no número de visitantes. O ministro da Justiça, Gérald Darmanin, reconheceu “falhas graves” e afirmou que o caso “projeta uma imagem deplorável do país”. O governo anunciou uma revisão urgente dos protocolos de segurança em todos os museus nacionais.
O Louvre ficou fechado na segunda-feira e deve reabrir gradualmente, mas a Galeria Apolo permanecerá interditada até nova ordem. A presidente do museu, Laurence Des Cars, será ouvida pela Comissão de Assuntos Culturais do Senado francês ainda nesta semana.
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