O ex-jogador Robinho, preso na Penitenciária II de Tremembé, em São Paulo, pediu transferência para outra unidade. Condenado por estupro na Itália, ele alegou incômodo com a exposição dentro do presídio. A Justiça negou o pedido.
O ex-jogador de futebol Robinho, condenado a nove anos de prisão por estupro, pediu transferência da Penitenciária II de Tremembé, no interior de São Paulo. Segundo documentos obtidos pela coluna True Crime, do jornal O Globo, o ex-atleta estaria “incomodado com fofocas” que circulam entre os presos. A defesa também apresentou sugestões de locais para onde ele gostaria de ser encaminhado.
Robinho está detido há cerca de um ano e meio na unidade Dr. José Augusto César Salgado, que integra o complexo prisional de Tremembé — conhecido por abrigar detentos de crimes com grande repercussão nacional. De acordo com o jornalista Ullisses Campbell, o pedido de transferência foi protocolado pelo advogado de Robinho, Mário Rossi Vale, logo após o jogador ter sido chamado pela Justiça para prestar esclarecimentos sobre supostos privilégios dentro da prisão.
Fontes ouvidas pelo jornal, entre elas agentes penitenciários e funcionários da unidade, afirmam que Robinho desfrutaria de algumas “regalias” no presídio, como a visita frequente de seu pastor particular, que realiza cultos evangélicos dentro da penitenciária. Robinho ainda seria muito respeitado pelos demais detentos.
Ele atua como técnico e jogador do time de futebol formado por presos, o “Tremembé Futebol Clube”. O grupo, que disputa partidas no campo de terra da unidade, teria recebido chuteiras e outros itens esportivos do atleta. Campbell também relata que Robinho chegou a custear advogados para cuidar de processos de outros presos.
Robinho foi condenado a 9 anos de prisão por estupro coletivo na Itália (Foto: Reprodução/YouTube/UOL)Apesar dessas facilidades, Robinho estaria incomodado com a notoriedade que ganhou entre os internos. Desde sua chegada, as visitas ao presídio aumentaram cerca de 30%, reflexo do assédio de curiosos e admiradores. Ele teria confidenciado a funcionários que deseja deixar Tremembé por causa do excesso de atenção, das fofocas e da convivência forçada com outros detentos “famosos”, como Alexandre Nardoni, Roger Abdelmassih e Suzane von Richthofen.
No requerimento, a defesa destacou que Robinho mantém conduta exemplar, sem registros de faltas disciplinares, e é réu primário. Entre os motivos do pedido, o advogado citou ainda a possível desativação da Penitenciária II de Tremembé e defendeu que o cliente seja transferido para um ambiente “mais compatível com seu perfil”. Foram sugeridos três destinos, todos que favorecem a ressocialização, com oportunidades de estudo e trabalho: Bragança Paulista, Limeira e Rio Claro.
A penitenciária é famosa por abrigar envolvidos em crimes de grande repercussão nacional. (Foto: Reprodução/BAND)Continua depois da Publicidade
A juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, corregedora dos presídios da região de São José dos Campos, negou o pedido. Em sua decisão, a magistrada destacou que a transferência de presos é uma medida administrativa, que deve ser solicitada diretamente à Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), e não por via judicial.
Armani observou que o Judiciário só pode intervir após o esgotamento dos trâmites administrativos. Contudo, ela afirmou que não se oporia à remoção de Robinho caso os requisitos legais sejam cumpridos e exista vaga disponível em outro complexo prisional.
O ex-jogador cumpre pena de nove anos de prisão pela condenação por estupro coletivo, datado em 2013, na Itália. A transferência da pena para o sistema prisional brasileiro foi determinada pela Justiça italiana e homologada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em 2024.
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